sexta-feira, 30 de outubro de 2009

As "feirinhas"



Click para ampliar
Final dos anos '70, início dos '80. De vez em quando íamos até à catedral, o Autódromo do Estoril, mas a procissão fazia-se, sobretudo, pelas provas de feira, integradas nas festas populares de cada aldeia. Fui aos GP's de Stª Isabel, Penafiel, Aparecida e Guisande, acompanhando o Luis Cardoso. Não me recordo de sentir qualquer arrepio com o que via, ou até de me preocupar com as condições de segurança. Era mesmo assim. Havia fardos em alguns sítios, as pessoas afastavam-se na maioria das vezes o suficiente para que duas motos se ultrapassassem e dos acidentes não resultavam grandes mazelas (só me lembro de ter morrido um piloto, o irmão mais novo do Tozé Monteiro, e foi no Autódromo). Nunca ouvi ninguém a queixar-se do piso, nem havia bandeiras a assinalar sujidade na pista, o que poderia ter evitado que um piloto tivesse entrado pelo povo dentro ao fugir-lhe a roda da frente depois de ter escorregado numa casca de melão. Já no acesso à prova as coisas eram mais rigorosas. Um “local hero” penafidelense foi impedido de alinhar porque estava a pingar sangue da luva, depois de no “warm up” ter ficado sem a falangeta do dedo indicador esquerdo ao passar com ele pelo pinhão de ataque. As bombas da altura eram as Kreidler Van Veen, cujo motor podia também aparecer montado noutras ciclísticas. Numa segunda linha apareciam as Sachs, de preparação Simonini, ou mais ou menos copiada. O grande motivo de preocupação, para os pilotos, eram os “agarranços”, que deitavam por terra dias de grande inspiração, e um motivo de orgulho a simples montagem de amortecedores Koni, ou pneus Michelin PZ2, por mais usados que estivessem.


Os últimos detalhes, no paddock, com a equipa de assistência.


A presença dos grandes patrocinadores já se fazia sentir...


Nas chicannes sobressaíam os dotes de pilotagem



O Manuel Duarte, a trocar de caixa com a mão...

O Zé Pereira, a caminho de mais uma vitória.

sábado, 24 de outubro de 2009

Habilidades com a DT


A DT 50 foi a minha primeira moto. A anterior era “a meias” com o meu irmão, para além de obrigar a alguma imaginação e muitas cedências para a considerar como moto. Em '83 era fácil escolher-se a “50”. Havia a DT e as outras, de produção nacional, que davam pelo nome de Casal RZ, Sachs Lotus, Flandria Daytona e Famel XF 21, mas para os que davam alguma importância aos detalhes ou não quisessem ter no mecânico o seu melhor amigo, a escolha era óbvia. O único senão é que eram todas vermelhas, e parecia que andavam a dá-las!


Untitled from Alberto Pires on Vimeo.

 Solucionei o problema pintando-a de branco, e o meu irmão pintou a dele de azul. Ao todo fiz cerca de 50.000 kms com ela, em apenas dois anos, sendo o maior problema a fragilidade do farolim traseiro, demasiado exposto... Uma das melhores ruas para treinar era a que subia da Cooperativa Árvore até ao Jardim da Cordoaria, tendo o meu amigo Jorge Lopes gravado um desses momentos. Passados todos estes anos ainda não sei fazer uma cavalinho decente, e começo a acreditar que “já não vou lá”!